A agência de notação financeira Fitch alertou hoje que pode baixar o rating de Angola por causa do impacto que a descida dos preços do petróleo está a ter na economia do segundo maior produtor de petróleo em África.
N um relatório onde são apresentadas as principais tendências relativamente ao ‘rating’ à escala global no próximo ano, a Fitch refere que “em África, Angola e Nigéria, ambos com ‘rating’ BB- com perspectiva Estável, foram profundamente afectados pela queda dos preços em 2008 e 2099, mas a Nigéria está a responder mais rapidamente desta vez”.
Quanto a Angola, os analistas dizem que “os baixos preços já transformaram um orçamento excedentário num orçamento em défice” e acrescentam que “esta tendência vai ser exacerbada com preços mais baixos”, por isso “a resposta política à queda dos preços será fundamental para determinar se a pressão externa conduz ou não a uma pressão sobre o ‘rating'”.
Na parte do relatório que diz respeito a África, a Fitch afirma que “apesar de a perspectiva de evolução do ‘rating’ regional ser Estável, o conjunto de avaliações tornou-se ligeiramente mais negativa durante este ano, em parte porque a perspectiva de evolução do Gana e da África do Sul passaram para Negativa, mas também porque a perspectiva de Angola foi degradada para Estável em Abril, e o Gabão foi colocado em perspectiva Negativa em Dezembro, por causa da estimativa de evolução negativa dos preços do petróleo”.
A Fitch prevê que o barril de crude nos mercados de referência seja transaccionado em 2015, em média, a 83 dólares por barril, face aos 99 de média deste ano, e salienta que “a quebra de 40% nos preços desde Junho, se continuada, vai afectar as peças essenciais da análise económica quer dos importadores quer dos exportadores de petróleo em 2015”.
O Executivo angolano prevê um défice orçamental das contas públicas de 7,6% em 2015, mesmo contando com um crescimento da economia nacional equivalente a 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB), um valor que a generalidade dos observadores considera ser demasiado optimista.
Angola deverá produzir um pouco mais de 1,8 milhões de barris de petróleo por dia, sendo que este sector é responsável por mais de 95% das exportações e por 76% das receitas fiscais do país.